domingo, 27 de agosto de 2023

ACESSO AO ENSINO SUPERIOR, A MINHA REFLEXÃO...


Deixem-me contar-vos uma história. 

Conheço uma miúda que não consegue adaptar-se aos Exames e por conseguinte não consegue atingir as notas mínimas para se candidatar ao Curso que adoraria tirar e para o qual tem jeito. 

Ela sabe que tem jeito não só porque sempre lidou com o público-alvo, que por sua vez a adora.

Mas também porque já fez algumas cadeiras da Universidade no curso que adorava tirar, através do sistema de disciplinas isoladas. De tal modo que do 1° semestre do 1° ano só lhe falta fazer 2 disciplinas, tendo também feito 1 do 2° ano e outra do 3°. 

Para além disto, enquanto aguardava pela época de exames fez 2 cursos técnicos (não dá direito a grau profissional, embora seja certificado) da área onde adoraria trabalhar, com aproveitamento acima da média, tendo já realizado o estágio de 120 horas do 1°. 

Como cereja em cima do bolo, se tivesse concorrido com a sua média do Secundário tinha entrado na Universidade que queria no curso que adoraria tirar: 

Não conseguiu e nem sequer lhe foi possível candidatar-se, porque a média de 2 períodos de 90 minutos não permitiram e deram cabo da média de 3 anos de trabalho.

Ahhh e esta não foi negativa. Foi por exemplo igual à do irmão que com a mesma conseguiu entrar numa das melhores universidades do País. 

A média de 2 períodos de 90 minutos, fizeram com que não entrasse na universidade, uma miúda que do seu trabalho de 3 anos no secundário teve melhor média do que a última pessoa a entrar no curso na Universidade onde ela queria. 

Já agora, os 2 exames NADA tem a ver com o Curso que estamos a falar, mas impedem alguém com vocação comprovada, de seguir uma profissão. 

E já agora, esta miúda com o 12° ano não pode aceder a qualquer programa de apoio para ser contratada, 1° porque os tais cursos não se enquadram, e depois, porque quem acaba o 12° ano via ensino e não consegue concorrer à Universidade fica simplesmente numa espécie de limbo.

Estará a servir este sistema para permitir que os mais vocacionados cheguem a uma profissão ou somente os que se conseguem safar melhor nos exames com conteúdos que nada tem a ver com as profissões para as quais a pessoa vai tirar o curso à universidade?

É uma mera reflexão... 

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