sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

DE OLHOS EM BICO COM A NOSSA EMISSÃO DE DÍVIDA

"Somos e continuaremos a ser compradores consistentes e temos um plano de investimento na Europa a longo prazo"

Esta frase de um vice-presidente do Banco Popular da China e o desconforto demonstrado pelos nossos governantes no dia do leilão quando questionados sobre “as caras” da procura, dizem muito.

A Europa está a meter-se cada vez num buraco maior.

Quando dermos por ela, estamos todos “chinados” (para não dizer lixados).

Mas que nos interessa isto? A Alemanha cresceu 3,6% em 2010, o valor mais elevado desde 1990.

Não admira que de lá se ouça "As coisas não correram tão bem em qualquer outra grande nação industrializada como correram a nós" ou "Estou confiante que o consumo privado se tornará então decisivo para conjuntura interna (da Alemanha)".

Mas meus amigos sabem a diferença?

A diferença é que eles mandaram todos apertarem o cinto, e todos o fizeram com medidas que vão levar à recessão e logo à incapacidade de produzirem. Só que as pessoas precisam de viver e para isto vão ter de comprar, já que o país não produz. E adivinhem a quem vamos ir comprar?

As exportações alemãs beneficiaram dos numerosos programas de apoio económico no mundo na sequência da crise, tendo aumentado em 14,2% em termos homólogos e fazendo disparar os investimentos das empresas. A queda do desemprego e o aumento médio dos salários em 3,4% - o mais forte em 17 anos - fez subir o consumo privado em 0,5%

Surpresos? Eu não. Bastava olhar para o que se diz lá fora.

PS: Já agora não acham “giro” que no dia do leilão da dívida pública portuguesa tenha sido um jornal alemão a lançar esta notícia:

As instituições europeias estão a preparar um pacote de ajudas a Portugal que pode chegar aos cem mil milhões de euros e que poderá ser disponibilizado rapidamente caso seja necessário, avançava ontem o Financial Times alemão.

Sem comentários: