No outro dia vi no jornal que o colégio dos meus filhos tinha lançado um concurso para professor de música. Achei estranho porque sabia que na escola já havia uma e que ainda por cima era daquelas que os miúdos gostam e que é bastante dinâmica não se escondendo de trabalhar, e muito, em todas as festas da escola, pondo os miúdos todos a cantar. Falei nisto com a minha mulher e ela também estranhou.
Hoje soubemos o que se passa: ela não pode dar aulas no colégio porque os experts da DRE consideram que ela tem qualificações a mais e por isto tem que dar aulas ao nível do Conservatório. Resumindo, ela não pode dar aulas porque tem qualificação a mais, mas no sítio onde pode dar aulas não há vaga. Por outro lado, a DRE quer que seja um professor de ensino básico com orientação musical a prestar as tais funções. E agora adivinhem? São os professores da tal professora quem vai vir dar a formação aos professores para estes terem a tal orientação.
Na prática a DRE que tanto tem defendido as avaliações e o mérito não olha a isto, porque o que interessa são os números. E muito menos se interessa com os miúdos e a sua aprendizagem pois muito melhor vão eles ficar com alguém que percebe e gosta de música e que já deu muitas provas de ter jeito e saber lidar com os miúdos, do que com alguém que vai ser agora induzido a dar uns toques na área. É inacreditável esta maneira de pensar e agir. É mais ou menos o mesmo que dizer que professores de filosofia e sociologia estão melhor preparados para dar psicologia do que... psicólogos!!!
Mal de nós quando somos orientados por maus gestores, que são aqueles que trabalham para atingir números sem olhar a meios nem formatos.
sábado, 27 de junho de 2009
QUE MERDA DE DECISÕES SÃO ESTAS
Desabafo de Simão Pfc Neves @ 14:18
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