domingo, 26 de abril de 2009

DESABADO DO FUNDO

(DIS)PARIDADE

De um momento para o outro assistimos em Portugal ao desmoronar de 2 ideias base de todo o mundo moderno, de uma só e mesma machadada.

Foram elas a nomeação por mérito e a discriminação por género.

Perdeu-se a vergonha na cara e com isto tivemos a prova (que não faltava porque há muito que todos sabiam como funcionava) que as nomeações políticas não têm nada a ver com o mérito e trabalho feito, mas com outros factores/caprichos que alguém tenha. Tanto alarido com as avaliações dos professores e por exemplo nos deputados europeus não conta para nada o trabalho que desenvolveram lá fora? Desaproveita-se o investimento que o País fez durante 4 anos num deputado que teve um desempenho por todos elogiado e manda-se regressar à base só porque não quer fazer uma operação de mudança de sexo? E por outro lado que motivação terá quem foi nomeado quando sabe que à partida só o foi por ter uma condição de base: é mulher. Não é isto a maior discriminação que se pode fazer a alguém?

Pelo menos desta vez houve 1 mérito em tudo isto, as negociatas foram feitas à descarada e o povo teve a oportunidade de ver tudo. Percebemos que Manuela Ferreira Leite tem um enorme interesse pelos Açores e que Carlos César quis ou foi obrigado a dar um puxão de orelhas a alguém. Na prática todos percebemos que advoga-se uma coisa, mas aplicasse outra bem diferente. Diariamente os nossos políticos mostram-nos a pior face da política: negociatas, jogos, esquemas, subterfúgios. Diariamente os nossos políticos mostram-nos a pior face do ser humano. Assim, nunca serão olhados com os olhos de quem admira lideres pelo seu poder de referência e pelo seu poder de perito. A cada oportunidade de se mostrarem diferentes, optam por legislar, ligar o complicador.

Nisto como em tudo temos que perceber o porquê. Já alguém perguntou às mulheres (as verdadeiras) se é este caminho que querem que se siga?

Para mim, fazer um dia próprio para celebrar um género, criar leis que obrigam à atribuição de cargos ou de lugares, estar constantemente a fazer comparações entre os géneros e outras coisas no mesmo sentido, são para mim os primeiros sinais de discriminação. Tudo tem que acontecer normalmente, porque normalmente é que se consegue fazer a verdadeira mudança, a estrutural, a permanente, a de mentalidades e cultura.

Tudo o resto não passará de Sarah’s Palin’s.

Chamem-lhe do género, do sexo ou do que quiserem, agora do Século XXI é que não é com certeza.

Sem comentários: