segunda-feira, 10 de maio de 2010

E AFINAL CAVACO ATÉ TINHA RAZÃO

O ministro das Obras Públicas, António Mendonça, justificou com "as dificuldades económicas e financeiras actuais" o adiamento da construção da terceira travessia do Tejo e do novo aeroporto

São episódios como este que mostram que Portugal está num caminho muito mau, onde tudo se tenta resumir a estúpidas lutas e guerrinhas políticas.

O que Cavaco disse não é mais do que a pura lógica das coisas:

Tudo o que seja investimento baseado em recursos que têm de ser importados não constitui neste momento um incentivo à economia nacional, mas sim à economia dos países onde vamos comprar estes recursos.

A nossa economia tem que crescer com base maioritariamente nos nossos recursos internos para criar bens exportáveis.

Ir buscar os recursos todos ao exterior para depois vender para o exterior não potencia a nossa economia, ainda para mais se o valor das importações for superior ao das exportações.

Depois de tanta guerra e discussão, afinal vem agora o Governo dar razão à dúvida do Presidente.

E com esta decisão o Governo pôs em dificuldade e desautorizou todos aqueles que sem pensarem pela sua cabeça e terem os seus próprios argumentos acederam logo a atacar Cavaco e a defender Sócrates. É que o Primeiro Ministro pode ser muita coisa, mas uma não é: não é parvo.

Senhores políticos, para vosso próprio bem, percebam de uma vez por todas que nem tudo que vem de uma pessoa é 100% errado ou 100% certo. É sempre fundamental perceber o que as pessoas estão a dizer, porque podem ter razão no que dizem. Esta política de terra queimada já fez a sua época e como todos vemos não levou a lado nenhum. Deixem de ser cordeiros e passem a pensar por si próprios.

É que correm o risco de estar a defender uma coisa para mostrarem serviço ao chefe ou para ganharem os favores de alguém e darem por si a falarem sozinhos, porque este alguém ou o chefe afinal não pensa daquela forma.

Não é Manuel Alegre?

PS: Só para que fique bem claro eu nas últimas presidenciais votei Manuel Alegre, pela mesma razão que provavelmente nesta irei votar Fernando Nobre.

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