sábado, 25 de abril de 2009

A MINHA ANÁLISE DA REVOLUÇÃO

Qualquer comparação que eu possa fazer entre a minha vida antes e depois do 25 de Abril não tem a mínima validade, porque ao nascer em 1972, certamente não consegui ter qualquer percepção do antes. Talvez a única coisa que consigo perceber é o facto de poder estar a escrever este texto sem censura.

Já quanto ao pós 25 de Abril a conversa é outra: está claramente abaixo das expectativas. Das minhas. Quero mais, espero mais.

E talvez seja este o problema. Como estamos todos a ser governados por pessoas que viveram o antes e o depois, as suas expectativas podem ser mais baixas do que as minhas. Como, segundo o que se ouve, antes era tudo muito mau, qualquer coisa que veio é certamente melhor. No entanto para quem não viveu o antes, aquilo que temos fica a anos luz do que podemos atingir.

O nosso potencial, já demonstrado em tantas e tantas vezes por estes séculos fora, está claramente subaproveitado, talvez porque os nossos lideres (políticos, empresariais, de opinião, etc.) não são ambiciosos como poderiam, deveriam e têm condições para ser.

Eles não têm culpa. Só precisam de deixar de olhar para trás e para o lado e passar a olhar para a frente. Temos de perder o estigma da Revolução.

Ela aconteceu Graças a Deus, mas pronto.

Já passaram 35 anos e neste momento temos é que passar a analisar o que se passou a partir de Abril de 74, porque a análise do antes foi feita naquela madrugada ao som de “E depois do Adeus”. Continuar parados no tempo a festejar diariamente Abril, contentes porque já somos melhores do que éramos antes deixou de servir. Agora temos é que querer celebrar diariamente o futuro, a inovação, a evolução, mas a nossa e não a dos outros. Temos que querer ser melhor do que os melhores, porque só assim vamos conseguir ser melhores do que os piores e do que nós próprios.

Elevemos os nossos padrões de comparação e acima de tudo deixemos de nos comparar com nós próprios antes dos Cravos.

Qual é a música que vamos escolher?

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